terça-feira, 19 de abril de 2011

amo nossa scottish terrier








ela é o melhor dos seres humanos em forma de cachorro. tem personalidade, é centrada, não é submissa, é alegre, curiosa, amorosa, não tem preconceitos, sabe se defender dos chatos sem morder, tem gratidão, não é pegajosa, é elegante, tem um olher profundo e eloquente, é contemplativa, super observadora, determinada e naturalmente sexy.exagero? já fiz duas viagens interestaduais em ônibus leito, com ela, e ao chegarmos ao destino, todos os passageiros comentaram: quem dera que todos os seres humanos tivessem o mesmo comportamento dela.

sob o céu, sobre a terra, amo, protejo



















quinta-feira, 14 de abril de 2011

farejando os fatos











queridas lobas,
penso em vocês sempre. mantenho o desejo que possamos nos reunir aqui também, muitas e muitas vezes.  assim será. toda vez que chego aqui no meu/nosso campo, volto ao meu lar, aquele lugar em que sou integralmente eu, em que a vida pulsa e confia em seu valor sob camadas de alegrias e pressões.
uma pequena e grande satisfação: aprendi finalmente a fazer o pão que amo comer. e todos a quem ofereço também amam. ganhei a receita de uma jovem e talentosa cozinheira, que me instruiu lindamente sobre a importância de seguir a ordem de entrada dos ingredientes. tudo é alquimia. o mais incrível é que a receita, em minhas mãos, transformou-se num outro pão, um pão eslavo da minha infância, com crostra crocante. e eu, por conta própria, salpico sal grosso, o que dá um toque de sabor italiano. sinto tanto tanto prazer ao sovar a massa que a receita sempre dá certo, independente do dia estar quente ou frio, ensolarado ou nublado e cheio de vento. vejo nisso uma conquista da maturidade. assim como caramelizar o açúcar para um doce que inventei para agradecer a grande produção de castanhas portuguesas deste último verão. fiicou uma delicatessen. onde estava essa mulher que eu desconhecia até então? plantei muito e tudo pegou. rompi com um estigma que eu mesma criei, o de que não tenho mãos boas para plantar.mentira. aprofundei também o meu conhecimento e diálogo com o poder das ervas, encantada como uma criança que acredita em papai noel e o vê.
no auge deste verão, fiz uma capa para o livro da clarissa, "mulheres que correm com os lobos", que já se desmanchava de tanto o ler e reler, absorver e praticar nesses anos todos. levei-o para as margens do rio e utilizei raízes, cascas, terra, argila, areia grossa, pluminhas,penugens, deixei-o secar ao sol. conversei com vocês, sem palavras. aqui, sem internet, sem telefone nem celular, a comunicação adquire outra dimensão. a compreensão do tempo também. percebo-me ulisses, cristovão colombo, galileu galilei, acreditando no que os que não crêem, criticam e procuram destruir. manter fé com discernimento é um exercício e tanto.muitas coisas pra contar . ainda não.
aqui neste vale, a quase 1400 metros de altitude, a água demora a levantar fervura. noutras temporadas, isso já me incomodou, sobretudo quando com fome. desta vez não. redescubro aqui um ritmo que me leva ao meu centro. já não me iludo com chegadas a ítacas e reconheço os monstros, enfrento-os, às vezes com o coração na mão.um bálsamo: reonhecer a diferença entre motivo e intenção. conversar sobre isso com o meu marido fez a minha compreensão abraçar, num instante de vida, passado e presente. o verão já mudou para outono. ele me deu outro dia uma enorme folha de caqui que registra essa passagem, um papiro natural.
tenho aordado cedo. o sol agora é macio, faz frio. outro dia assisti ao show da lua em sua fase crescente, embrulhada num cobertor inglês, puro shetland que herdei do meu pai.chorei, chorei, chorei, placas tectônicas devem ter se movimentado dentro de mim. foi sincero e libertador. acredito que estou alcançando aquele lugar além da perplexidade, i hope so.no thougths. não me interessa a eternidade como futuro. só a que eu posso tocar agora.enquanto escrevo no caderno, uma micro borboleta de asinhas de madrepérola pousa ao lado. ah, vocês aceditam que eu vi uma borboleta enorme (quando estendia ao sol uma calcinha amarela no varal, daquelas que a gente compra para receber um ano novo) ela insistia em pousar sobre a minha calcinha amarela. de asas fechadas era negra. quando a convidei a voar, vi que a estampa dela era tigrada, como aquelas de papel que levei para a nossa tarde de colagens na deliciosa casa de mme i., na urca. e eu que achava que as de papel eram pura fantasia... vocês me ouviram? eu dava gritos interiores enquanto ela insistia em me fazer ver que é verdade sim, ela existe.
cada uma de vocês está presente aqui com o seu jeito único. estamos juntas nessa contínua jornada da conquista da dignidade e autêntica expressão. por falar nisso, aquela imensa colagem de 3 metros e 20 veio para cá. e a refiz. lembram? ela tinha sido feita para uma exposição em torno de são jorge. agora que ela veio para a minha casa, eu substituí são jorge pelo seguinte recado: "seja quem você é".
louca pra contar mais,como o encontro que tive com duas lobas incríveis que me marcaram profundamente. conto outro dia.
xô, perplexidade!
eu quero ir e vou além, do fundo de los ovarios.
beijos uivantes
Related Posts with Thumbnails